E o verbo se fez carne.
Deus tinha razão.
A poesia encarna,
desfalece a poeira pouco de onde viemos.
Tenho pavor de cemitério,
prova branda do fim.
Lápides cinzas, mármore do branco, lírios ocultíssimos.
Quando morrer,
antes, de palitó engomado,
escreverei um verso perfeito
porque não ressucitarei no terceiro dia.
Deixarei minha pedra para edificar os que virão.
Eterno mesmo,
renascido para os outros,
serei apenas palavra,
riqueza que levarei com meu silêncio.
Pegadas deixarei,
para aliviar aqueles que cumprem o fardo da escrita.
No dia derradeiro, três sentimentos invadirão as horas,
amor, dó e saudade.
Todos de uma só vez.
Um comentário:
- sangue, Marcos, sangue!
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