Sonhei hoje que afasta cachorros de ti
Praguejava sobre poesia e resistência
Via seus olhos vermelhos iluminarem
Junto com o cabeludo no alto do morro
Uma corda me segurava a tua cintura
Sem senso, sem pudor ou rodeio
Subíamos a rua esburacada
Pó e ansiedade para um palco
Pulsava meu coração aos solavancos
Era sensação de quem reconhece a fonte de onde tudo emana
O frenesi de quem deseja sempre o impossível
O calar de quem reconhece a beleza das palavras de tua boca
O som oco de buquês, bares e esquinas
E tudo misturado ao sono
À terra nos olhos de quem vê
Pois sonhos, agora não o são mais
São realidade e praias bravas
são encontro repentino
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