segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Sílabas

Solta a voz, o falar
Canta a sílaba sem parar
Pra rimar seja mais que cacofônico
Entre na mira do som estreônico
Mantenha o lálálá
Mantenha o iêiêiê
Só não se venda pro bará bará
Nem pro tcheretchechê
Se o nome não tiver na música
Fale a poesia da nossa língua
Mas se ouvir algum Gustavo
Não perca tempo e logo Lima
Joga fora do ouvido
Não deixa entrar
Se for camaro
Nem amarelo
Afinal de contas já basta o doce
Para ser caramelo
o camaro é carro
E o sítio do pica pau, amarelo
No inverso do verso
O caramelo é paralelo
Não pergunte;
Se tá querendo o quê
Senão vem algo assim
Eu quero mexer
E todo mundo mexendo
Causa uma diarreia de roda gigante
No cérebro pulsante
Que é mais que meteoro
Que é mais constelação
Onde os neurônios
Não gritam chão chão chão
Mas permanecem em ebulição
Evolução
Os diminutivos cantados
deixam o ser feminino
moçonas, moças e mocinhas
Na estante das loucas louquinhas
Entre os bibelôs
Das empinadinhas, sentadinhas,
Cachorrinhas, taradinhas
Domadinhas, burrinhas
E ou então
os moções, moços e mocinhos
Nos bondes dos rédi laibou baratinhu
E das aice bestiais
Mastigando capim
Pensando que são demais, os tais
Maiores, melhores
Mais surdos que o tamborzão
Pancadão
E no fundo
Todo mundo rebolando na alienação
Hipnóticos cantando
Tchum tchá tchá tchum tchum
Fedendo como o pum
Descendo
Esgoto abaixo
Na realidade, nas rédeas
Nas névoas da massificação
Alegremente animalescos
No ritmo do refrão.

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