Arroto sentimental
remôo os sentimentos dentro de mim
a má congestão gerada pelo término
pela perda do objeto amado
tenta seu regurgito de trevas e suicídio
eu retardo o mal estar
tento o controle remoto e a razão
perdem os dois para a lágrima do crocodilo
para a flecha do cupido arrancada aos rasgos
a crise arrasta como cobra prestes ao bote
a besta do apocalipse reflete suas cabeças e elmos
a beleza de narciso murcha no lago
nasce então o corcunda de Notre Dame
batendo o sino da solidão
padeço na escuridão da sala
arroto com dissidência
o vômito dos “eu te amo e te quero pra sempre”
escorro pelo copo de uísque
depois que o terremoto de renegação opera seu estrago
morro entre escombros com pena de mim.