por Odécio Caligari
Engolido pelo sacrifício da escolha
divago entre a sarsa ardente e o cajado.
Retrocedo no senso comum
com as fechaduras malhadas em ferraduras
e encascadas nos cascos da massa populante.
Entrego pontos, costuras e remendos.
Soletro meus mapas.
A vida camisa de força estica meu intelecto
perfura com agulhas de sedativos minhas palermices,
senta na cama comigo e ri sua sordidez.
Arrebenta minhas linhas escritas e demências,
empobrece meu espírito com hipocondríacos dias.
A semana envelhece minha retardância no descontrole.
Solto a capa de Jó com suas quinquilharias,
seus resquícios de sensatez.
Abro a porta da geladeira com o tornozelo em chamas
abro o álcool etílico
abro a boca com sua sede de banguelices
derramo as gotas das destilarias
e viro alma penada em busca do limbo.
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